Acervo de Figurino

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A BREVE HISTÓRIA DAS GRAVATAS



“Dar um bom nó de gravata é o primeiro passo sério na vida de um homem”.(Oscar Wilde)

A gravata é um acessório utilizado por milhões de pessoas no mundo todo. Homens, em sua grande maioria. E, apesar de caracterizar as pessoas que trabalham em escritórios, lojas ou outros serviços cujo uniforme a inclua, a gravata é uma forma que a pessoa tem para expressar sua individualidade. Cada pessoa usa a gravata com uma determinada estampa, produzida com um material específico e com o nó feito de certa maneira. Aqueles que têm conhecimento sobre este acessório elegante do nosso vestuário podem certamente levantar dados da personalidade de alguém apenas observando a gravata que este usa. Para alguns especialistas, as gravatas são uma maneira do homem expressar sua individualidade. O homem é a gravata que usa.


Gerreiros de Terra Cota
Os primeiros indícios do uso de acessórios semelhantes a uma gravata datam do terceiro século A. C.. Durante algumas escavações, em 1974, foram desenterrados 7.500 corpos de guerreiros chineses. Todos tinham no pescoço um tipo de lenço, vagamente parecido com uma gravata.


No século I a.C., surgiram outro indício de um acessório parecido com uma gravata. Os soldados romanos usavam a focale, uma espécie de cachecol úmido amarrado ao pescoço para se refrescar nos dias mais quentes.


No entanto, o que realmente originou o uso da gravata em larga escala em todo o mundo foi a Guerra dos Trinta Anos, que devastou a Europa durante o século XVII. Esta guerra colocou o Sagrado Império Romano contra a Aristocracia Boêmia Protestante. Os franceses, pertencentes ao segundo grupo, tinham seu exército formado quase que inteiramente por mercenários. Dentre eles havia um grupo de guerreiros croatas, que tinham como parte da vestimenta um tipo de lenço no pescoço, semelhante ao que seriam as gravatas pouco depois.


Os guerreiros franceses, então, começaram também a utilizar este adereço. No século XVII, alguns reis, como Luís XIV, tinham seus próprios "gravateiros". Estes eram responsáveis por produzir gravatas para reis e também dar-lhes consultoria de moda . As pessoas que não tinham dinheiro para ter seu próprio "gravateiro" ou que não tinham tempo para dar o nó usavam gravatas com fecho atrás. Até hoje este tipo de gravata existe, usadas por pessoas que não sabem dar nó, ou que não têm tempo para fazê-lo. Os que preferem gravatas mais puristas condenam totalmente o uso destes modelos.
Contrariando a moda dos macaronis e dos incroyables, um homem chamado Brummel começou a tornar pública sua indignação com eles. Ele levava até seis horas para se vestir, escolhendo peças e se arrumando. Sua vida foi contada em peças de teatro e filmes. Brummel morreu na ruína, tendo que usar gravatas pretas, já que não tinha dinheiro suficiente nem para lavar suas gravatas brancas.


O século XIX foi marcado por combates ideológicos entre quem usava gravatas brancas e quem usava gravatas pretas. Estas últimas começaram a se espalhar pela Europa naquela época, o que não era aprovado pelos tradicionalistas da gravata branca. Apesar desse "combate", os anos 1800 foram a era de ouro da gravata, com manufatureiros surgindo por todos os lados. Guias sobre nós também surgiam. Começavam também discussões sobre a gravata e a personalidade. Adotada pelos dândis, a gravata ganhou formas, volumes, texturas e cores das mais variadas possíveis. Balzac escreveu que a gravata de um homem de gênio é bem diferente da de um homem medíocre.  Nessa época começa a aparecer um tipo de gravata que mais tarde seria chamado de gravata borboleta.


De lá pra cá, a gravata sofreu modificações e evoluiu com o tempo, sendo objeto de culto de muitos homens elegantes, onde muitos deles deixaram seu nome na historia das gravatas. Foi o caso do Duque de Windsor, Eduardo VII, que lançou um no mais descontraído e confortável que os outros, e ficando conhecido como o nó Windsor.

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